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quarta-feira, 19 de maio de 2010

Chega ao fim épico do bruxo inglês que vendeu 2 milhões de exemplares no Brasil

Às vésperas de completar 17 anos – a maioridade para os bruxos – Harry Potter tem uma missão muito mais importante que agüentar um novo professor de defesa contra as artes das trevas em Hogwarts; o mago precisa encontrar e destruir os horcruxes, objetos mágicos que contêm a alma despedaçada de Voldemort, o poderoso bruxo do mal. É assim que começa o sétimo e último volume da saga criada por J. K. Rowling, Harry Potter e as relíquias mortais (Rocco), cuja versão traduzida para o português chega às livrarias neste mês e revela um dos maiores mistérios desde o lançamento da série, em 1997: o bruxinho morre no final?
Rony e Hermione fazem de tudo para que isso não aconteça ao acompanhá-lo em sua jornada. Ao atingir a maioridade, Harry não está mais sob a proteção da casa dos Dursley, os tios que o maltrataram desde seu primeiro aniversário, quando ficou órfão. Após uma despedida agridoce e uma escapada espetacular até a casa dos Weasley, para o casamento de Fleur e Gui, irmão de Rony, Harry se vê em fuga novamente: Voldemort e os Comensais da Morte finalmente dominaram o mundo mágico, e o ministro da Magia está morto. Todos vivem em meio a uma caça às bruxas invertida: os “trouxas” – ou seja, as pessoas comuns, que não têm poderes mágicos – são perseguidos.
E parece que, para J. K. Rowling, não basta Harry Potter fazer 17 anos: a última aventura do bruxo é um verdadeiro rito de passagem para a maioridade. Ele vê a morte de perto e perde vários amigos – e personagens – queridos (mas não vamos revelar quem são), e enfrenta o desafio de visitar o túmulo dos pais pela primeira vez, em Godric’s Hollow. Em meio a fofocas da intrépida repórter Rita Skeeter em uma biografia reveladora sobre Dumbledore e conversas com velhos amigos do ex-diretor de Hogwarts, que deixou saudades no sexto livro, Harry também deixa um pouco da infância para trás ao perceber que seu grande herói e conselheiro nem sempre foi perfeito. Até o duelo final com Voldemort, o leitor finalmente saberá quais são as “relíquias da morte” do título – e que elas já estiveram mais perto do que qualquer um poderia imaginar.
O suspense em torno do desfecho da série funciona: só no Reino Unido foram vendidos mais de 4 milhões de exemplares do sétimo livro. Os números de vendas totais da saga também parecem mágicos: são 325 milhões de livros em todo o mundo, 2 milhões deles no Brasil. “O importante é que Harry Potter será um grande livro por muitos anos. O mundo ama os clássicos infantis britânicos e eles ficam presentes por décadas”, declarou Nigel Newton, chairman da Bloomsburry, editora inglesa que revelou J. K. Rowling para o mundo. Newton compara a obra às Crônicas de Nárnia, de C. S. Lewis, e ao Ursinho Pooh, de Alan Alexander Milne. Nesses dez anos entre os lançamentos dos sete livros e dos cinco filmes baseados nas obras (Harry Potter e a Ordem da Fênix estreou neste ano) e um merchandising milionário, será que o bruxinho realmente deixará seu legado para a literatura infanto-juvenil mundial?
O crítico literário americano Harold Bloom deu sua opinião definitiva sobre as aventuras de Harry já no primeiro volume. Em 2000, ele chocou os fãs do bruxinho ao publicar no The Wall Street Journal um ensaio em que classificava Harry Potter e a pedra filosofal como “mal-escrito” e repleto de clichês – em apenas uma página, escolhida a esmo, o crítico afirma ter encontrado sete ao todo. “Talvez Rowling seja atraente para milhões de leitores não-leitores porque eles sentem sua saudosa sinceridade, e querem fazer parte de seu mundo, imaginário ou não. Ele alimenta uma grande fome por irrealidade; isso é ruim? Pelo menos seus fãs ficam momentaneamente livres das telas de cinema, e assim também não esquecem totalmente da sensação de virar as páginas de um livro, qualquer que seja.” Para Bloom, todos os 35 milhões de leitores (na época) podiam estar errados, sim, e “o epifenômeno Harry Potter sobreviverá, sem dúvida, por algum tempo, como J. R. R. Tolkien, e então entrará em decadência”. A sua reação foi organizar os quatro volumes da coletânea Contos e poemas para crianças extremamente inteligentes de todas as idades (Objetiva). Os livros reú¬nem textos de autores clássicos da língua inglesa, de Shakespeare e Lewis Carroll a Rudyard Kipling e Edgar Allan Poe. No Brasil, a série vendeu pouco mais de 20 mil exemplares.
“A leitura de Bloom da obra de Rowling é de alguém elitista que exige a excelência da palavra, que o livro seja uma obra de arte, e esse não foi o objetivo da autora de Harry Potter”, diz Maria Lúcia Pimentel Góes, professora titular da Faculdade de Letras da USP e autora de livros infanto-juvenis. Segundo ela, cada geração tem seus heróis, e toda a aventura e os desafios enfrentados pelo bruxinho fazem parte de uma dimensão muito importante na vida das crianças – daí o total envolvimento dos pequenos leitores com a saga. Ela aposta na longevidade da obra. “Assim como os livros de Jack London e As crônicas de Nárnia, Harry Potter sempre terá seu lugar.”
Com final feliz ou não em HP 7, será realmente o fim do bruxo? Em seu site, a autora tenta abafar rumores: “Posso voltar a várias coisas que estão na gaveta, ou talvez escrever algo totalmente diferente. Ainda não sei”. Fãs já saudosos esperam algum feitiço que o traga de volta.

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